# 39 - Prisioneiros libertos




"Num reino distante, 3 homens foram presos e passaram 25 anos presos em celas solitárias em subterrâneos sombrios. Foram anos de solidão, comida ruim, silêncio, esquecimento, tédio, angústia, desespero e horror. Seus nomes foram esquecidos e suas histórias apagadas da própria história do reino.

Quando não tinham mais esperanças de liberdade, os presos foram surpreendidos quando as portas das celas foram abertas e soldados simplesmente lhos anunciaram que um rico rei estrangeiro havia pago uma grande fiança pela liberdade deles. Embora a notícia fosse estranha e inusitada, os 3 presos ficaram felizes e partiram para a liberdade tão sonhada por anos.

Conquanto sempre tenham sonhado com a liberdade, os 3 nunca pensaram em como seria a reentrada no mundo exterior, e neste momento, no primeiro segundo de liberdade, suas mentes foram poderosamente esmagadas pela realidade assustadora da liberdade.

A liberdade para quem viveu preso por anos causa Vertigem

Cada um deles seguiu um caminho diferente e nunca mais se viram, toda via o final de suas histórias se tornou conhecido por mim e lamentavelmente eu preferia que assim não tivesse sido!

Ao se ver do lado de fora da prisão, o Primeiro, se assombrou pela quebra da monotonia segura de sua vida carcerária medíocre. O que eu vou fazer pra sobreviver? Onde vou morar? Quem vai cozinhar pra mim? Quem vai garantir minha segurança? Estas eram perguntas que perturbavam seu juízo e num surto de desespero o homem voltou para a prisão! Desesperadamente implorou para ser aceito na cadeia novamente! Preferiu continuar preso do que encarar a liberdade e suas implicações, tais como: Tomar decisões, escolher seus caminhos, responsabilizar-se por suas atitudes e viver a vida livre pra voar!

Assim sendo, a liberdade do primeiro não durou nem um segundo. Ele mesmo preferiu viver preso, limitado, encarcerado, debaixo de jugo e opressão, mais do que livre. Talvez o tal rei se entristecesse ao ver sua oferta de liberdade sendo desprezada como lixo.

O segundo homem não se assustou com a liberdade quando a experimentou! Ao contrario do seu colega, ele passou vários dias vivendo a vida regaladamente como se cada dia fosse o último. O problema foi que 25 anos de solidão o tornaram tão indignado que ao se notar livre, Desejava tanto aproveitar essa liberdade que se esquecera de que existiam outras pessoas livres! Neste frenesi de gozo e desejos intensos acabou pisando nos sentimentos de outras pessoas; infringiu leis, atropelou a liberdade de terceiros e acabou extrapolando os limites de sua liberdade por causa de um egoísmo sem igual.

O fim deste segundo homem foi triste e solitário como o do primeiro. Imagino como o rei estrangeiro se arrependeria de te-lo libertado ao saber dos grandes estragos que ele causara aos outros e de como se tornara escravo de si próprio e de seus desejos!

O primeiro homem conheceu a liberdade e preferiu a prisão!
O segundo homem conheceu a liberdade e a transformou em perdição!
Nenhum dos dois conseguiu ver alem do que seus olhos viam!
Eles haviam sido libertos e suas culpas esquecidas!

Não falei do terceiro homem ainda, pois este ainda não teve um fim. Posso no entanto dizer que ele não temeu a liberdade voltando pra cadeia, nem tão pouco tomou ocasião da liberdade para quebrar todas as leis e limites lhe impostos pela vida. O terceiro tomou outro caminho: Conhecer o rei estrangeiro que inexplicavelmente lhe abençoara com o pagamento da fiança e o perdão de seus crimes do passado.

Foram dias na estrada procurando pistas e seguindo o rastro deste misterioso e oculto rei. O terceiro homem ficou tão maravilhado com a bondade de tal rei estrangeiro que não pensava em outra coisa a não ser agradecer-lhe o favor, mas sua frustração foi não conseguir encontra-lo em nenhum dos caminhos que trilhou. Decidido a manifestar gratidão, o terceiro homem começou a pensar no que poderia dar de presente ao rei quando o encontrasse de fato.

Ao observar o curto tempo de liberdade do primeiro, decidira que nunca abriria mão de sua liberdade e jamais se recusaria a encarar a realidade da vida, sendo ela boa ou má.

Ao observar a vida libertina com que o segundo se arruinou, decidira que nunca tornaria sua liberdade em algo pior do que seu tempo de prisão e que jamais desrespeitaria a liberdade dos outros ainda que isso lhe causasse algum dano.

O terceiro homem viveu mais 50 anos, sem nunca encontrar com o seu libertador, por isso, mesmo sem poder agradecer pessoalmente ao rei, o terceiro dedicou seus anos de vida à ajudar as pessoas e a fazer à elas o bem que pretendia fazer ao tal rei. Ajudando os outros a se verem livres de suas cadeias ele experimentava novamente a alegria que sentira ao ser liberto dos seu calabouço!

A cada situação onde ele libertava alguém de suas próprias cadeias se via como o tal rei e sabia que essa alegria não era por se sentir uma boa pessoa, mas por se sentir parecido com a boa pessoa que um dia o libertou!

Hoje este terceiro homem continua em busca do rei amoroso e misterioso, sempre perseverante em imita-lo em todos os seus caminhos pelas estradas da vida. Obteve algumas dicas, percebeu algumas caracteristicas do rei através de sinais e o conheceu um pouco melhor, chegou perto dele algumas vezes, noutras se afastou, mas mesmo sem o ver com os seus próprios olhos, ainda sente arder em seu coração a certeza de que um dia irão se encontrar e então poderá lhe dizer tudo o que sente e devotar toda sua gratidão com reverente alegria.

Enquanto isso, o terceiro continua sua peregrinação pelos caminhos da existência sem parar...
a não ser para escrever esta pequena história."

Fiquem com Deus, ao exemplo do terceiro!

PEP

  1. gravatar

    # by Pep - 10 de agosto de 2009 às 17:57

    "Ficai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão. Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor."

    "Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
    "

    galatas...a essencia da parabola e da minha vida

  2. gravatar

    # by Unknown - 10 de agosto de 2009 às 21:14

    E quando nós encontrarmos o Rei bondoso e maravilhoso, Ele vai deixar a gente mais perplexo sobre seu tamanho amor, nos oferecerá um banquete, comeremos a mesa do REI. Que Deus é esse? Que amor é esse? Muito grandioso esse Deus.